05 janeiro 2014

Azul é a cor mais quente, azul é o que me traz um fio de esperança

Esses dias fui a casa de uma amiga e decidimos assistir um filme que tivesse uma linguagem diferente do convencional, o escolhido foi "Azul é a cor mais quente".
Um filme original e que foge do pobre enredo romântico, onde a garotinha se apaixona pelo garoto mais velho, há empecilhos para ficarem juntos, mas no final há felizmente um casamento feliz ou uma morte súbita.
A principal é Adèle, garota de 15 anos que ao começar a vida sexual, conhece um garoto perfeito pros enredos bregas como escrito anteriormente, mas o que o telespectador não espera, é que na verdade ela não se apaixona por ele, apática à historia que eles começam a viver, Adèle decide, depois de uma noite de sexo, abandona-lo e ficar sozinha.
Saindo da sala de aula e fumando um cigarro, encontra uma garota, que mostra desejos por outras mulheres e da-lhe um beijo e vai embora. Adèle, crente de que aquilo pudesse ser um romance, quando encontra a garota no banheiro, decide entrar e retribuir o beijo, a moça encabulada, diz que Adèle confundiu tudo e sai, prometendo não contar a ninguém o que aconteceu.
Frustrada, mas não apaixonada, Adèle sai pela rua apática a tudo que lhe acontece ao redor e encontra uma garota, a garota dos cabelos azuis que tempos depois daria cor, luz e cheiro a sua vida. Numa noite de sonhos, se imagina com a garota e a cena não corta sons de prazer, muito menos cenas quentes de masturbação diante de uma imaginação calorosa.
Com um amigo, a protagonista do filme vai a um bar lésbico e encontra a garota dos cabelos azuis e a partir daí, ambas começam a se encontrar, se apaixonam e o autor dá um toque especial ao filme, cheio de detalhes nas cenas, filmando o cotidiano de ambas e cenas com zoons nas partes dos corpos juntos ou individuais. Uma das cenas mais chocantes do filme é o primeiro sexo das duas, e o primeiro de Adèle, que se encontra nesse amor e se apaixona por Emma, a sua garota dos cabelos azuis.
A partir daí, o roteirista explora conversas intelectuais entre as duas, Adèle é uma professora de ensino infantil que lê muito e Emma é pintora, que conhece todo ambiente artístico. Entre cenas de festas e de paixões, a apatia de Adèle parece voltar, mas a paixão demonstrada por ela não parece acabar.
A protagonista tem um amigo no trabalho e isso estraga todo o seu romance com Emma. Se sentindo sozinha, porque sua companheira começa a trabalhar e supostamente ter um amor pela ex namorada, que é a companheira de trabalho, Adèle decide viver esse romance com o rapaz e uma certa noite, Emma descobre e a manda ir embora.
Sua vida que já estava sem cor, passa a viver numa escuridão, apenas trabalhos e casa. Anos depois se encontram, mas Emma está satisfeita com a vida que leva junto a ex namorada e a filhinha que tem juntas.

O filme é uma mistura entre o desejo pela moça dos cabelos azuis e o encontro e desencontro de uma vida que não sabe como levar. Adèle a todo momento parece apática com o que vive, o melhor do filme é que nenhum dos romances que vive, são protagonistas do filme, a solidão e apatia de Adèle o são e isso traz ao telespectador uma profunda intimidade pela personagem.
Ela termina o filme como começou, sozinha, confusa e apática a tudo que está ao seu redor. Um bom fim, já oque tradicionalmente, mesmo nos filmes mais alternativos que vemos pelas cenas fora de Hollywood, é a personagem principal terminar de alguma forma, satisfeita com seu fim.
Esse filme procura mostrar o cotidiano de uma garota simples que tenta levar a vida de alguma forma, que está se conhecendo a todo momento. Nós, mulheres comuns, tbm somos assim e por isso, trazemos para nós suas dores e descobertas. Um enredo sincero e que passa para alem de um romance cheio de torturas e falta de fôlego, um cotidiano simples e comum, como todas nós vivemos, sem fantasias e castelos encantados.

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