17 junho 2012

O dia em que Ela foi a isca

Era noite e Ele já não pensava em nada. Ela, sempre uma grande incógnita para todos, tinha pensamentos brutos na cabeça, acabara de jogar todas as malditas chances na privada de um boteco sujo de esquina, enquanto ele, supostamente, cantava uma garota.
No momento menos propício, numa noite de inverno e quando ela menos esperava, tudo caiu, desabou da melhor forma possível, como um bêbado cai na sarjeta depois de alguns litros de rum, se sentam no chão de uma calçada, após fugir de seus amigos das estrelas, se beijam e juntos trocam o amargo da vida, se acariciam endoidecidamente.
- Pelo menos me diga que não se esquecerá disso tudo amanha
- Impossível esquecer
Depois de longas caminhadas e diversas paradas para beijos e tragadas de cigarro, Ela, em tentativas frustradas, tenta se despedir Dele de uma forma carinhosa, mas no final das contas, o deixa ali, jogado na sarjeta, como todo rapaz que é realmente do rock'n'roll fica num final de noite doida