24 junho 2012

Lei natural dos encontros.

Ela se declara a partir de hoje, perdidamente apaixonada por dois rapazes. É difícil assumir isso, mas ter apenas um deles não a deixaria contente, só aceita se forem os dois. Um completa a falta que tem no outro.
Quer atenção e cuidados de um rapaz, como os olhares e sorrisos do outro. Enquanto um deles grita pela vizinhança o quanto é boa a sua companhia para ela o outro a conforta com seu silêncio.
Dormem na calada da noite, um cheirando a rum, o outro a ervas medicinais de outro continente, e ela com um sorriso estampado no rosto, tendo seus pés esquentados na cama grande onde cabemos os trés, sem faltar ou sobrar cantos e cobertores.
Durante o dia é uma bagunça, todo mundo quer falar, contar seus pesares e experiências da noite anterior na festa badernada em que nem um nem outro se olhou, por receio de levantar suspeitas, eles não querem o romance corrompido por olhares e julgamentos maldosos. Entre uma mordida no pão com manteiga e nas goladas rápidas de chá ela se declara toda manha antes de sair para seus compromissos, os dois amigos se olham sorriem, se avermelham e antes que ela saia sem mais nada dizer, eles declamam o mesmo poema, a deixando sem graça.
Cada um sai para o seu compromisso, mas durante todo o dia os trés se comunicam através de pensamentos, e no fim do dia, se encontram na mesma praia, como eternos amigos, discutem sob o por do sol e vão embora para mais uma deliciosa noite de sonhos.
O lar é sempre silencioso e aconchegante, mas quando um decide brigar, vira o caos, chutam, quebram, xingam, as vezes até mesmo se batem, semanas sem se verem ou trocarem olhares, mas a verdade é que no fundo, todo mundo sabe que no fim das contas vai ficar tudo bem.
Ela os ama, como irmãos, amigos, amantes, companheiros e eles não sabem exatamente o que sentem por ela, só há uma chama quente em seus corações, toda vez que a vêem sorrindo.