As noites andam brandas e tranquilas, e os dias caóticos e cansativos; e eu tento viver quando posso e morrer quando quero, só me falta agora, encontrar o esconderijo ideal para os momentos em que penso em fugir dessa calmaria noturna e violentos dias, sem deixar vestígios.
o chá me deixa calma e o café extremamente agitada; assim como a cerveja me deixa faladeira e o rum me dá um sono danado; e mais uma comparação, o cigarro consegue me agitar e a marijuana leva as alturas de Deus.
Nenhum discurso me convence mais e leitura nenhuma consegue me deixar parada, nas sextas a noite eu fico completamente sem desanimo e corro pra rua, a procura de alguém com o mesmo pique que eu; e quando encontro, não passa nem dez minutos e eu já quero fugir, fugir para um canto onde apenas eu e meus pensamentos nos encontramos. Não que a solidão tem me feito bem, muito pelo contrario, sozinha é a ultima coisa que eu quero estar, mas as pessoas as vezes são cansativas e eu não tenho mais o animo que a tempos atrás.
ultimamente meu passado tem vindo a tona, tenho lembrado das festas na casa das amiga do interior; das brincadeiras na rua, com a molecada, quando só eu era menina, e a gente nem pensava nisso, éramos todos iguais e a única coisa que tínhamos em mente era conseguir bater na garrafa antes que o adversário chegasse no circulo com o taco; das vezes que todo mundo ia pra casa abandonada da rua e ficava no escuro contando historias de terror, eu quem contava as historias mais macabras. É engraçado lembrar tudo isso e pensar como o tempo passou e que ninguém mais lembra disso, só a babaca sentimental aqui.
Também tenho pensado muito no meu futuro, de como seria ótimo conseguir tudo que quero, redondinho, sem dificuldades, as coisas seriam simples se fossemos mais sonhadores, 'os sonhos não envelhecem', continuam por ai, mesmo que cresçamos.
Vou vivendo, esse ano não vai passar disso, dias violentos, noites amenas e chás quentes no fim pra acalmar o coração, porque o coração é o músculo mais sensível e sensitivo que existe.