23 fevereiro 2012

Mar Morto

Eu sei que tinha prometido a mim mesma que escreveria apenas quando chegasse em casa, que essa viagem seria para colher sentimentos e informações intimas minhas; mas é véspera de ir embora e acredito que esse momento é o certo para começar o primeiro de muitos textos que serão escritos nesses longos meses de espera para voltar para o Rio e começar uma nova vida;

eu nunca acreditei muito nessa onda de amor eterno; já me apaixonei perdidamente varias vezes, mas nunca deixei que isso ultrapassasse os limites para uma depressao profunda; em algum momento da minha vida eu aprendi que sentimentos não são eternos e que pessoas e romances tem de monte largado no mundo, mas o que eu nunca consegui é superar todos os fracassos que já tive até hoje (ok, não foram muitos, mas suficientes), das vezes em que me apaixonei pelo cobrador de ônibus ou da época que um rapaz me deu bola (seis meses - tempo máximo de relacionamento - único).
qualquer rapaz que de alguma forma passou por mim nessa minha curta vida de garota mimada e apaixonada pela paixao, viesse a aparecer na minha frente de novo, se qualquer um deles me desse a mão, eu apertaria e tentaria um novo começo, perdoaria todos os pecados e pedia desculpas por todas as culpas que tenho carregado nos pés e não me deixaram andar. 
ok, eu sei que não fico doente ou deixo de viver, muito pelo contrario, fracassos me fazem crescer e amadurecer, mas acontece que a partir do momento em que olho para trás e quero tudo de novo, tento entender cada situação, detalhe por detalhe e sempre acho que o erro foi meu, desabo e tento mais uma vez me arrancar as veia, o que me torna indiretamente uma garota obcecada pelo sofrimento - isso de certa forma me da medo, medo de um dia cortar, lavar e congelar meu coração, esquecendo que se apaixonar perdidamente a cada esquina é prazeroso, mesmo que tenha mais uma vez o fim carregado de rancor e lágrimas.


Um comentário:

  1. sem dúvidas, o teu melhor texto!
    apesar de doloroso, eu espero que vc se apaixone mais vezes, porque sem isso, a gente não vive.

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