Quando te vi, um ano e meio longe você sumido, como pode??
Atravessando a Paulista, um em cada direção, parecia cena de filme. Não sei como, mas te reconheci, sua forma de andar, toda única. Diversos livros na mão, todos quase que caindo.
Me reconheceu também, e mudou logo de direção, me cumprimentou e perguntou se lembrava dele (como não ia lembrar?), me convidou pra tomar um café.
Conversamos, eu seca, como se tudo entre nós tivesse acabado, mas não consigo demonstrar a mentira, e ele diz que sente muito em ter sumido e justifica a ausência. Terminamos o café quente e logo puxa assunto de novo e pergunta como andava a minha vida, eu meio sem graça e com a ferida aberta, não digo muita coisa, e me despeço dele dizendo que tinha de ir, trocamos contatos e cada um vai para o seu lado.
Faço o que tenho pra fazer e vou embora, pensando em tudo o que ele me disse, nem mesmo dou atenção para os pasos que dou, para a musica que escuto e para as pessoas que passam por mim, meus olhos, meus pensamentos estão junto dele ainda..uma ferida que tinha fechado a pouco tempo, reabriu e por mais incrível que pareça não é um bom sinal.
açougueiro
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