09 junho 2009

Assim como Antero de Quental

Cinco da manha, sou chamada para levantar, uma renca de gente em casa, e isso é a explicação que dou para estar cansada. Mas nada adianta e mesmo assim tenho que levantar.
Num horário bom para se arrumar, tomar um café e sair. Chego no ponto de onibus, percebo ter esquecido o principal, o cartão. Volto para casa, por um minuto de atraso tenho que pegar o próximo, aaa que bom, começa bem o maldito dia. E assim tento me suicidar, até porque numa segunda feira já começar assim, pode ter certeza, não será boa a semana. Mas nada dá certo, nenhum carro passa para me jogar na frente e nem mesmo nenhuma pessoa, para que eu peça o tal assassinato.
Chega o próximo onibus, e consigo chegar ao destino. Mesmo não sendo no horário previsto, mas nada podia fazer. Me sinto presa aquele lugar, perto de pessoas que nem um pouco gosto, e me sinto sendo assassinada a cada instante que estou por lá, a cada palavra dita por cada um, que mesmo não referindo a mim, é lastimável. Saio de lá e tento outra vez me suicidar, mas não consigo, é impossível, e eu nem sei o porque.
Atarde estou eu em casa, faço tudo que é preciso para deixa-la linda e logo vou estudar. Quando vejo todas aquelas coisas que não sei, fico louca, vou para a cozinha e pego a faca, logo lembro de Crime e Castigo de Dostoievski, a diferença é que a faca para o personagem era para matar a velha filha da mãe, que era de uma avareza total, e a minha era para me matar, uma adolescente apenas cansada de viver. Nada consigo, um medo vem até mim não me deixa, e eu largo a faca.
Canso e vou para o computador, depois de conversar com milhares de pessoas, hoje o msn estava louco e eu não conseguia era fazer nada. Recebo noticias que nada são agradáveis, mas como aquele dia não estava agradável mesmo, passou despercebida cada uma.
Desligo tudo e vou dormir, mas antes olho à janela do quarto, percebo ser de uma altura boa para um suicídio, logo que se chocar ao chão morreria deixando apenas meus destroços, mas logo vou para a cama ler alguma coisa e esqueço da tal vontade de suicídio.
Durmo, e no outro dia lembro que, iria ver a pessoa mais importante pra mim naquele momento, Alias toda terça acordo com aquela vontade de sair de casa, só de pensar em quem vou ver logo que chegar ao destino previsto, com aquele sorriso e dizendo, "Bom dia Fabi, qual foi a ultima matéria que passei??"

PS: Assim como Antero de Quental, meus suicidios foram um fracasso, a diferença é que ele tinha a segunda bala.

PS[2]: Texto pensado depois de lido esse aqui: http://narrativabebada.blogspot.com/2009/05/napoleao-bonaparte.html

05 junho 2009

Tudo plumas e blabla.

Durante cinco dias, um frio que não se acabava. Pessoas acordando mais tarde, se abarrotando de blusa, 7° era a temperatura por aqui. Pode-se dizer que o inverno havia chego sem mesmo a sua hora.
Quando se pensa apenas no chique - explicando: nas pessoas elegantes que passam, com seu gorro e cachecol - tudo fica cheio de plumas e blabla, mas quando se é lembrado daqueles que não tem nem mesmo uma blusa, é complicado.
Foi ai que surgiu o sol, tudo "meio" que volta ao normal, mais pessoas andando nas ruas sem suas blusas, acordando mais cedo e indo trabalhar mais dispostos. O principal, o sol chegou para aconchego daqueles sem nem um par de meias.

PS: não sei se dei a explicar..nao ficou tao bom, mas vale.

04 junho 2009

Ferida reaberta.

Quando te vi, um ano e meio longe você sumido, como pode??
Atravessando a Paulista, um em cada direção, parecia cena de filme. Não sei como, mas te reconheci, sua forma de andar, toda única. Diversos livros na mão, todos quase que caindo.
Me reconheceu também, e mudou logo de direção, me cumprimentou e perguntou se lembrava dele (como não ia lembrar?), me convidou pra tomar um café.
Conversamos, eu seca, como se tudo entre nós tivesse acabado, mas não consigo demonstrar a mentira, e ele diz que sente muito em ter sumido e justifica a ausência. Terminamos o café quente e logo puxa assunto de novo e pergunta como andava a minha vida, eu meio sem graça e com a ferida aberta, não digo muita coisa, e me despeço dele dizendo que tinha de ir, trocamos contatos e cada um vai para o seu lado.
Faço o que tenho pra fazer e vou embora, pensando em tudo o que ele me disse, nem mesmo dou atenção para os pasos que dou, para a musica que escuto e para as pessoas que passam por mim, meus olhos, meus pensamentos estão junto dele ainda..uma ferida que tinha fechado a pouco tempo, reabriu e por mais incrível que pareça não é um bom sinal.